sábado, 8 de janeiro de 2011

Sara

Aquela cuja vida era uma perfeita fantasia.

Que não havia futuro e se solidificava com o seu presente.

Amores temporários, sonhos de alugueis e amizades de uma noite. Assim é a nossa quase heroína não antes de encontrar o pacato Jorge.

Jorge aquele cujo planejamento de uma vida estava pronto antes mesmo dele dar seus primeiros passos.

Médico por opção, responsável e metódico por profissão esse é o nosso mocinho.

Destino esse coloca dois opostos frente a frente, fazendo com que o carpe diem de Sara se entrelace com a serena vida de Jorge.

Um desses acasos que a vida prega peça em nós meros mortais...

Foi assim que duas pessoas que nada tinham em comum se conhecem, trocam olhares, dos olhares partiram para o telefone, de um telefone, um encontro que segue para uma sessão de amasso frenético no carro- de Sara lógico.

Pobre Jorge, picado pelo mosquito da paixão, não consegue esquecer Sara.

Sara desiste de sair para uma balada e passa uma madrugada a fio conversado com Jorge pelo telefone.

Jorge deixa de dar plantão para dividir essa madrugada com Sara.

O que houve com Jorge com mais de dez anos de carreira, faltar em um plantão?

Estará então nosso médico a beira de uma doença.

E o que houve com o desapego de Sara?

Esses são os sintomas de uma paixão avassaladora com os efeitos colaterais hipnóticos.

Jorge se rendeu aos encantos de Sara, ela por sua vez cedeu ao jeito demasiadamente responsável do médico.

E dessa história que mais parece um filme de sessão da tarde, nasce um amor...

Um amor pleno regado de respeito com pitadas de paixão, tolerância, paciência e respeito à individualidade.

Quem dera que dentro de cada um de nós houvesse um pouco de Sara e Jorge para compreendermos que igual não é semelhante, que o diferente não representa aversão, que o amor... Ah o amor é uma criança repleta de peripécias que nos faz tocar o céu, sem nem sairmos do chão.

Tudo posso naquilo que me faz feliz!

Bethiara Lima